Tag: "Cirurgia plástica"

Por Dr. Vitorio Maddarena

Cirurgião plástico e Diretor Clínico da Clínica Maddarena

 

Os pacientes hoje em dia chegam bem informados ao consultório. Principalmente graças à internet, muitos já vêm com uma boa ideia de como funcionam os procedimentos e mesmo com palpites sobre o que pode ou não ser adequado para seu caso. Até as perguntas que me fazem costumam ser mais elaboradas do que eram no começo de minha carreira.

Por um lado isso é ótimo em todos os sentidos: os pacientes estão mais conscientes e nós, médicos, somos estimulados a estarmos sempre atualizados. Por outro, é preciso tomar muito cuidado com informações erradas disseminadas sem critérios adequados. Sim, as fake news também são um grande problema na medicina.

 

Em 2016, o Google e o Hospital Albert Einstein fizeram uma parceria no Brasil em que médicos ajudam a revisar conteúdos de saúde que aparecem com mais relevância nas buscas. É uma tentativa muito válida de combater a desinformação.

 

Informações falsas a um clique de distância

Recentemente, um estudo realizado pela Rutgers, a universidade estadual de Nova Jersey, nos Estados Unidos, identificou que, no caso das cirurgias plásticas, o YouTube é a principal fonte de informações falsas ou inadequadas.

Os pesquisadores avaliaram 240 vídeos com 160 milhões de visualizações na plataforma, justamente os que mais apareciam quando o internauta procurava esclarecimentos sobre os termos “blefaroplastia”, “cirurgia de pálpebras”, “preenchimentos faciais”, “otoplastia”, “cirurgia de orelha”, “facelift”, “rinoplastia”, “aumento dos lábios” e “preenchimento labial”.

Os resultados foram alarmantes, pensando no alcance dessas informações. Noventa e quatro dos vídeos simplesmente eram baseados em achismos, sem nenhum profissional médico ouvido como fonte. A grande maioria não passava de material de marketing, também com informações enviesadas e exageradas.

É preciso cautela. A internet pode, sim, ser uma ferramenta para pesquisar sobre cuidados com a saúde. Mas as dúvidas precisam ser tiradas com seu médico de confiança. Ele está preparado para tratar das questões com precisão, comprometimento, embasamento e, principalmente, respeitando as especificidades de cada paciente.

 

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