Realizar intervenções para melhorar a aparência é uma preocupação que acompanha o ser humano desde as primeiras civilizações. Mas a cirurgia plástica, como especialidade independente na medicina, só se definiu na época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918): as técnicas foram bastante aprimoradas para recuperar soldados feridos nas batalhas.
No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o pioneirismo da área é atribuído ao médico José Rebello Netto: em 1915, ele apresentou à comunidade acadêmica uma tese chamada “Cirurgia Estética”, na qual elencava seus princípios. A partir de então, ele criaria e comandaria a primeira clínica específica em cirurgia plástica no país, na Santa Casa de Misericórdia de São São Paulo.
Se recuarmos um pouco mais no tempo, encontramos também referências a essa especialidade da medicina no século 19. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, o país ganhou as suas primeiras Escolas de Cirurgia, uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro. Essas instituições acabariam transformadas, em 1832, em faculdades de medicina.
Quatro anos após a Independência, em 1826, o imperador dom Pedro I determinou que o ensino médico brasileiro fosse desvinculado do português. Isso fortaleceu o meio acadêmico nacional. Pesquisas passaram a ser realizadas, artigos e teses publicados e associações de médicos começaram a ser criadas, como a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, de 1829 — atualmente, Academia Nacional de Medicina.
De acordo com a historiadora Denise Bernuzzi de Sant’Anna, no livro “História da Beleza no Brasil”, foi o médico Joaquim Januário Carneiro o autor do primeiro trabalho publicado sobre o tema: “Considerações Sobre o Lábio Leporino”, de 1842, abordava a cirurgia reparadora com preocupações sobre o embelezamento corporal.
Mas ainda no século 19, outros médicos também se dedicaram a temas estéticos. Alexandre Mendes Calasa, por exemplo, publicou “Do Princípio Nervoso da Queiloplastia e Genoplastia”, em 1853 — respectivamente sobre intervenções cirúrgicas nos lábios e na face. Em 1860, José Soriano de Souza também escreveu a respeito de cirurgias faciais. E foram muitos os que trataram sobre trabalhos reparadores em vítimas de queimaduras, como Laurindo de Almeida Franco, Antonio Calmon Oliveira Mendes e João Telles de Menezes.
É claro que com todos os avanços técnicos, tecnológicos e científicos, a cirurgia plástica hoje no Brasil é muito mais segura — e com resultados muito mais qualificados. Mas como em toda ciência, cada passo novo é dado a partir de estudos realizados. Ou seja: se hoje os cirurgiões plásticos fazem exímios trabalhos, é graças às experiências e descobertas dos precursores.
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